terça-feira, 28 de abril de 2009

Como se eu fosse música

Às vezes são tantas as desocupações que elas se confundem. É porque tem horas que parece que não se consegue escolher, que se vai sempre levado de roldão. E aí, de repente, na televisão, quando eu menos espero, eu vejo alguém que consegue deter isso tudo. Fala o que pensa, pensa o que sente e todo mundo percebe. É bonito isso. Sinceridade. Coração na boca, espírito transparente. Asas na vontade de se fazer entender pelo simples fato de não se querer nada além disso. Como se eu fosse música, eu gostaria de ser compreendido.

domingo, 26 de abril de 2009

mais sobre futebol ou quase um twitter

Moro colado ao Maracanã, o que faz com que cada Domingo seja um dia especial. Para bem e (principalmente) para o mal. Até que já houve Domingos piores que o deste primeiro Boafogo x Flamengo da final do Carioca, mas o meu breve comentário, quase twitteriano do momento, tem pouco a ver com isso.
Agora há pouco, entretido com as minha elucubração monográficas, ouvi as comemorações do quarto gol da partida sem conseguir identificar qual time havia marcado. Liguei a TV. Pela empolgação do grito do locutor, que apareceu antes de qualquer imagem, tive certeza que tinha sido o Flamengo. Batata. Locutor e comentarista torcedor que não sabem se conter também são odiados por este blog.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Território Restrito

Fui pesquisar um pouco sobre o filme na internet e descobri que é uma refilmagem. Inclusive feita pelo mesmo diretor. Eu não sei qual a necessidade que Hollywood volta e meia tem de pegar um filme estrangeiro e hollywoodizá-lo. Foi assim com “Vanilla Sky” (cópia de “Abra los ojos”), por exemplo, e recentemente com “Quarentena” (cópia de “REC”). Se eles têm tanto dinheiro assim, por que não promover o original ou, melhor ainda, fazer algo original? Certamente há alguma estratégia de marketing aí por trás, mas que, pelo menos comigo, não funciona. Se sei de antemão que o filme é uma refilmagem hollywoodiana, já torço um pouco o nariz porque invariavelmente o original é muito melhor.
Enfim, fui assistir “Território Restrito” ("Crossing Over", no original) sem saber este detalhe. Não é que o filme seja ruim, mas também não é bom. É o primo pobre dos seus congêneres “Babel” e “Crash”. Trata, principalmente, da questão da imigração e da política americana neste tocante, nesta era pós 11 de setembro. Tem mexicanos sendo presos, morrendo nas fronteiras, coreanos se matando em suas lavanderias e lojas de conveniência, iranianos, muçulmanos injustiçados com a caça às bruxas propagada pela guerra contra o terrorismo e o governo americano.
Aí está um ponto crucial em "Território Restrito". Se em "Babel", uma das preocupações era mostrar a face dura da política de imigração estadunidense, neste, abre-se concessões para agentes de governo "bonzinhos". Se há a promotora linha dura, há a defensora humanista. Se há o agente de imigração corrupto, há o que realmente se preocupa com a qualidade de vida daqueles que são presos e deportados. Não quero ser panfletário e defender que "Babel" está certo e "Território Restrito", errado. Mas em termos de discurso, essa tentativa de atenuar a má imagem dos Estados Unidos e sua política de imigração soou um tanto forçada, até inverossímil. Pelo menos para mim. Certamente há meios mais sutis de se dar uma explicação menos maniqueísta para este tema.
O que me espantou também foi ver Alice Braga fazendo quase figuração. Não que ela seja uma veterana que pode se dar ao luxo de escolher qual papel que pegar, mas aparecer só 15 minutos, falar meia dúzia de frases em espanhol, para depois desaparecer, também já é demais. Harrison Ford está bem, faz o que lhe é pedido e nada mais, Ashley Judd constinua linda e Ray Liotta parece mais o Lion do Thundercats, certamente devido a altas doses de aplicação de botox.
Enfim, vai ver o motivo da refilmagem é mais político (dado o atual contexto de tentativa de mudar a imagem dos EUA no mundo) do que de marketing, mas das duas formas é muito pouco eficiente.

domingo, 12 de abril de 2009

O Flamengo mereceu

Não é nenhum post excessivamente auto-punitivo para evitar provocações rubro-negras. Podem provocar. Só quero mesmo quebrar paradigmas e admitir que o tricolor deixou a desejar no jogo de hoje e venceu o melhor. Foi bom para calar a boca do Horcades, assim como não suporto torcedor que não admite que o time foi mal, não suporto dirigente de clube que canta vitória antes do tempo de forma tão infantil.

terça-feira, 7 de abril de 2009

e o big brother, hein?

Confesso: não assisti. E não senti falta. Só vendo agora os minutos finais, pensei: Deve ser bem ruim passar aquele sufoco e não levar o milhãozinho pra conta bancária. Eu nunca pagaria o mico de colocar a bunda exposta na janela para passarem a mão nela como essa gente faz. Mas deve ser um tanto frustrante para quem se aventura, sem alguma iniciação na arte do desapego, passar tantos dias tendo até a sua flatulência vigiada e virando dinheiro para a Rede Globo e sair de lá de mãos abanando. Que eles possam ser desapegados! Amém!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Vanguart

É isso mesmo. Só porque ta virando modinha. Só porque tem uma aura “alternativa”. Mas, no fundo, é porque é bom mesmo. O primeiro contato que tive com o som dos caras foi num anúncio de um programa dedicado a eles que irá (ou já foi?) ao ar no Multishow. Ouvi um trechinho de uma música (salvo engano, do Dorival Caymi) e achei bacana o estilo, mas não fui muito atrás. Até domingo passado, quando, zapeando pelo mesmo Multishow, vi a apresentação deles no Altas Horas. Não sou nenhum especialista em música para ficar aqui enumerando possíveis influências ou tipos de ritmo que possam definir o estilo, mas posso chutar (com alguma cola de críticos que li na internet) que tem uma grande influência folk. Não que eu saiba exatamente o que isso signifique, mas pelo que eu entendo que seja, acho que é por aí. Como toda boa banda contemporânea que se preze, há uma boa mistura de estilos. Letras poéticas com expressões fortes (os versos que mais me provocaram: “Come here while my heart beats for you/And fuck me like your mother/And his mother was,/His mother was,
Miss universe.”), músicas em inglês, português e espanhol. Pode até ser que seja pretensioso, mas para mim soou inspirado. Pelo menos numa primeira escutada, me impactou positivamente. Vida longa ao Vanguart!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

there comes your soul

Espere um pouquinho que ela já vai chegar. Alguém muito especial. Você vai reconhecer imediatamente. É igual a você, só que melhor. É a raiz de você. É a tua seiva, árvore que és. Cabeça nas nuvens, pés fincados na terra, fatores geradores da discrepância de onde vemos o mundo. A alma é só a transparência disso tudo. Determinante e determinada, em simbiose com as vozes de dentro da cabeça.
De pouco fluir, ela é esquecida, embotada, mas nada detém seu impulso avassalador. Uma hora ela transborda.
(repare, ela sempre tenta fugir pelos olhos, tanto que os preocupados em manter o cativeiro só olham para baixo).
It´s all right