Faz tempo que não escrevo nada. São épocas em que a vida objetiva reclama mais tempo do que a vida subjetiva. Não sei se “tempo” é bem a palavra. Por que comigo ambas as vidas andam grudadas em mim. Muitos problemas burocráticos para resolver, o “muito do que não se gosta” em nome do “pouco que se gosta”. Lendo o blog do Fernando Meirelles sobre blindness voltei a sonhar em ser diretor de cinema. Acho que hoje em dia, não sonho mais isso sozinho. O número de pessoas querendo ser dirigidas ainda é alto, mas o número daqueles que querem o 1º Oscar brasileiro pro seu filme vem aumentando. Eu nem faço muita questão de Oscar, não. Os americanos que se deleitem com os seus melhores do mundo, que há muito tempo já não são os melhores do meu. É sério, odeio isso. Lembro que um dia eles tiveram a pretensão de eleger Robin Williams o cara mais engraçado do mundo. Não que ele não seja engraçado, mas daí a ele ser o mais do mundo é um pouco demais. (será que existe isso? Uma pessoa mais engraçada do mundo?). Além do mais, falaram em nome do mundo sem perguntar o meu voto. Perguntaram o seu?
Deixando picuinhas irrelevantes de lado e voltando ao início, dar mais tempo à minha vida subjetiva seria algo como ser um diretor de cinema e tal... Pode não fazer muito sentido para você, falar deste tipo de dicotomia na vida de uma pessoa (se não fizer, você é uma pessoa de sorte, lembre-se disso), mas escrever aqui é um pouco viver subjetivamente. Ser um diretor de cinema (de uma forma meio capenga, mas sê-lo).Terapia. Uma válvula de escape para as minhas frustrações. Mesmo que você, meu pretenso leitor não exista, que esta seja uma mensagem na garrafa destinada a boiar indefinidamente neste mar de virtualidade, tá valendo! O que importa, no fim, foi, de alguma forma, ter me sentido direitor de cinema.