domingo, 22 de março de 2009

sobre sexta à noite

Ando meio sem paciência para escrever, essa experiência que me liberta. Essa experiência que me lança nu para quem me lê, que mostra meu mundo pelos meus olhos para quem quiser entrar, para eu deixar de ser eu por uns momentos e ser mero expectador. O importante é não ficar preso aos parâmetros pré-estabelecidos. Não pode ser uma tarefa que me canse, nem a vocês. Na verdade, pode até cansar, mas tem que ser um cansaço bom, do qual só se dá conta quando se coloca o ponto final.
Estava pensando em escrever sobre os shows do Los Hermanos, Kraftwerk e Radiohead, mas o idéia de parecer qualquer coisa próxima de um crítico de música já me desagradou e não me deu mais vontade de escrever. Não estou interessado em rigores técnicos, mas em experiências. E foi uma experiência. Matar as saudades de ouvir os metais dos Los Hermanos abrindo a noite com “Todo carnaval tem seu fim” foi como sonhar com alguém que já morreu. Ok, ficou estranhamente mórbida essa comparação, mas quem já perdeu alguém muito querido e teve um sonho bom com ele deve saber do que estou falando. Foi realmente emocionante. Em alguns momentos foi meio cansativo, mas o balanço geral foi realmente bom.
Kraftwerk foi uma grata surpresa. Nunca havia ouvido falar e foi estranho conhecer um cara comprando os ingressos só para vê-los. Depois que entendi. O show deles com toda aquela riqueza de elementos visuais me lembrou os anos 80 e o estilo retrô dos países da cortina de ferro. Me lembrou as fotos da minha prima Mariana na Alemanha, quando a gente era criança e as gravuras dos meus livros de geografia da 5ª série.
O melhor da noite foi o Radiohead, sem sombra de dúvida. Um show que já marcou a minha vida. Descobri que gostava mais dos caras do que supunha (o que não quer dizer necessariamente que conhecia mais do que supunha). Conhecia algumas músicas de ouvido, mas não sabia cantar tudo (e eu gosto de show que eu posso cantar junto), mas foi bom se deixar levar por todas aquelas luzes, aqueles sons e aquela inspiração. Vi uma entrevista há pouco com o Thom Yorke e ele falou que a preferida dele neste último CD é a faixa “Videotape”, que também é a minha favorita.
Ah, sim! Fechar com “Creep” foi catártico. Para dizer o mínimo.
Acho que é isso aí. Foi bem brainstorm e acho que funcionou.