sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A CIDADE MORTA

Há urubus voando nos céus da cidade.
A cidade morreu.
Suas vísceras estão expostas chocando os transeuntes.
Os transeuntes estão cegos, mas sentem o cheiro da carniça.
A Catedral anuncia com inúmeros gongos o funesto acontecimento,
mas suas inúmeras fileiras estão vazias.
Nem cachorro,
nem porta aberta.
Há um silêncio pesaroso pelas ruas.
Não há carros andando, não há pessoas falando.
O sol testemunha tudo em seu mais esplendoroso verão
e um vento quente que não aquece, sopra na alameda central.
Há nós nas gargantas.

Deus Pai,
tende piedade desta cidade,
guarde-a, agora, junto a Ti.
E que de cada coração possa nascer uma nova cidade,
e que de cada pulsar possa nascer o seu melhor juízo final.

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