segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

notivagando

A noite lá fora avança para a madrugada. Julgo ouvir um ruído semelhante ao de uma cigarra. Cigarras cantam duas e meia da manhã? Percebo que só agora minha taxa de pensamentos por segundo ensaia voltar à escala normal. Tem dias que é assim. Simplesmente uma descarga de pensamentos sucessivos dispara adrenalina no meu sangue e eu fico afoito, aflito. Tenho, então, de procurar mil coisas para dar vazão a este impulso que nem sempre são coincidentes. Ler, ver televisão, falar besteira ou sobre a insustentável leveza do ser. Agora dedico-me a ultima etapa dessas atividades massivas a que me submeto sem saber muito bem a razão. Escrevo em vez de falar. Sobre isso e mais um pouco. Hoje pensei em escrever um conto. Vejo personagens a todo tempo. Chegou a haver uma inspiração, mas logo fugiu. E no estágio em que estou com as coisas, não haverá muita atenção disponível para as minudências de caracteres para descrever as pessoas que existem cá dentro e que percebo aí fora.As taxas estão voltando ao seu padrão. Além disso, percebo que retorno das fantasias que, louco, extrapolo de fazer sobre mim mesmo. Encontro meu corpo e meus dedos saltitando sobre as teclinhas do computador e todo um universo que, nas mais das vezes, malbarato com ilusionismos vãos. A vida é de uma simplicidade ostensiva, mas teimo em não ver. Percebo os motivos, as razões, velhas companheiras que ainda me assombram. Mapeá-las a minha mais árdua tarefa nesses últimos tempos. É uma coisa como que transcendente e imanente o que vivo agora (há esgares ainda na minha consciência, como que espasmos da imaginação delirante). Um retorno à minha realidade crística em crise enquanto as cigarras parecem prosseguir seu ininterrupto concerto. Um pouco irritante. Já são três da manhã. Devo ir dormir

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