segunda-feira, 20 de julho de 2009

Harry Potter e o Engima do Príncipe


Fui assistir acompanhado de uma amiga que havia acabado de reler o livro. Ela disse que ficou faltando muita coisa e que, inclusive, alguns detalhes importantes foram solenemente ignorados- e repudiava qualquer tentativa minha de contra-argumentar dizendo que “Foi uma adaptação!”.
Como eu não estava mais tão contaminado do livro, pude assistir este “Harry Potter e o enigma do príncipe” realmente como um filme. É óbvio que um detalhe ou outro eu lembrava, o que pode ter, de alguma forma, facilitado no entendimento da história, mas de uma maneira geral, gostei do resultado e acho que, quem conhece razoavelmente as aventuras do jovem bruxo, consegue acompanhar este filme sem grandes dificuldades.
Lembro dos primeiros filmes que eram quase cópias fiéis dos livros, mas que não conseguiam capturar as magias das aventuras. Os livros eram sempre infinitamente melhores. Ok, o livro sempre é melhor, mas é possível fazer boas adaptações como, por exemplo “O leitor”, “O Jardineiro Fiel” e os últimos do próprio Harry Potter.
Não basta só um roteiro coeso, enxuto, mas, principalmente bem filmado. E acho que este é um mérito dos últimos filmes da franquia do qual este não é exceção.
O filme começa já com uma cena que não lembro de ter lido no livro. Harry passando uma cantada numa garçonete. Prenúncio da temática central pela qual se optou neste episódio. A explosão hormonal-afetiva dos 15-16 anos.
Os encontros e desencontros amorosos dos personagens, é verdade, receberam uma maior atenção do que a saga de Harry para descobrir quem era o príncipe mestiço e a verdade sobre Lord Voldemort, mas, mesmo assim, ficou muito bacana de se ver. Sensível e engraçadinho, mas também sério e comovente nas horas certas, como deve ser.
Para mim, a excelência deste filme se basta por duas cenas. A que Dumbledore salva Harry dos Inferi com um feitiço grandioso envolvendo imensas labaredas de fogo (o filme anterior já evidenciara a grandeza do mago em sua luta contra Voldemort no Ministério da Magia, mas esta cena é ainda mais simbólica) e a que todos os bruxos de Hogwarts empunham a varinha em meio às trevas dissipando as nuvens negras no céu em homenagem a um fato que não quero spoilar.
O elenco, mais uma vez, colabora e muito para a magia do filme. Destaque para Rupert Grint, o Ronny Weasley, comediante nato. As cenas em que ele é enfeitiçado por engano por uma poção do amor são impagáveis, principalmente aquelas passadas dentro do gabinete do Professor Slughorn.
Jim Broadbent, aliás, está igualmente irresistível como o afetado e elitista, mas não menos carismático, professor. Michael Gambon deu largas mostras de que foi o perfeito sucessor de Richard Harris no papel de Alvo Dumbledore e Maggie Smith, apesar das poucas aparições segue firme e cativante como Minerva McGonagall. Isso sem falar em Alan Rickman, eterno Severo Snape e em Helena Bonham Carter como a histérica e medonha Belatriz Lestrange.
Gostaria de mencionar ainda o mais importante trio da série. Harry, Rony e Hermione (sempre citados nesta ordem nos livros, lembram?). Daniel Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson, além de terem se tornado jovens adultos de invejável beleza (e conta bancária) emprestam singular verossimilhança a seus personagens. Talvez por terem passado grande parte de suas vidas até agora juntos, mas talvez também pelo talento, por que não? Dan arrancou elogios de exigentes público e crítica teatrais do Reino Unido e dos EUA com a peça “Equus”, Rupert tem uma veia cômica inegável e Emma foi recentemente aceita para Universidade de Yale. Essa galerinha (já não mais tão “inha” assim) certamente vai longe.
Algo me diz que o sétimo e último filme da franquia será retumbante. Não deve ser por acaso que as cenas de ação que o sexto livro já trazia não foram mostradas. E boatos cada vez mais fortes garantem que as últimas aventuras do jovem bruxo (Harry Potter e as relíquias da morte) será divida em duas partes.