terça-feira, 14 de julho de 2009

"...a vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, e que não significa nada"

Arrisco uma previsão. Assim como a procura por aulas de dança de salão aumentou bizarramente após a dança dos famosos, a procura por cursos de teatro aumentará (ok, talvez não na mesma proporção) após “Som e fúria”. Não foram poucas vezes, nesta uma semana de minissérie, que eu me vi acalentando esta fantasia. Ela não é exatamente nova e não está necessariamente restrita a esta ocasião, mas o seriado a trouxe novamente a tona com mais cores de possibilidade.
Mais do que oferecer ao público um texto inteligente e um naipe de atores invejável, creio que este seriado contribuirá enormemente para uma retomada de valorização do teatro. O que as telenovelas ganham com o atacado dos inumeráveis capítulos e atrativas compensações comerciais, perde com o varejo dos detalhes e do prumo artístico de suas produções. Obviamente, ressalva-se as devidas exceções para um e outro lado.
O capítulo de hoje foi simplesmente primoroso. Estão encenando Hamlet (que é, para mim, até este momento da minha vida, a peça das peças). Daniel Oliveira interpreta o galã de novela chamado para interpretar o melancólico e irado príncipe da Dinamarca. Ninguém acredita nele por que até então ele tem o inacreditável hábito de inserir gírias contemporâneas totalmente inadequadas ao texto e também esquece as falas, quando não as reinventa confundindo o restante do elenco. Aí, eis que, de repente, ele encarna Hamlet fingindo-se louco e mandando Ofélia ao convento. Foi uma cena bonita. Dessas que só atores como Daniel Oliveira conseguem fazer. O cara que reencarnou Cazuza.
Outra que me seduz toda vez que está em cena é Andréa Beltrão. Ela tem essa presença imune a qualquer indiferença. Aquilo que as pessoas chamam de brilho, de carisma, magnetismo. Lembro do Fernando Meirelles escrevendo no blog de “Ensaio sobre a cegueira” sobre a Julianne Moore. Aposto que escreveria a mesma coisa sobre Andréa Beltrão. Faz toda a diferença se a cena é com ela, ou não.
Isso porque ainda tem Maria Flor, Pedro Paulo Rangel, Felipe Camargo, Chris Couto e Regina Casé. Esta nos deixando com a reflexão do quanto estamos perdendo com as suas bissextas aparições como atriz, não desvalorizando seu talento para os outros trabalhos que realiza, obviamente. Paulo Betti apareceu quase que como um figurante no capítulo de hoje. Promessa de ainda vem muita coisa boa por aí.

2 comentários:

Eleanor Rigby disse...

cheguei, to trabalhando a beça, e to com saudade. nao consigo assistir som e furia. ontem foi a primeira vez...

beijos
até amanha?

s2 Layla s2 disse...

muito legal rsr...
ah depois olha meu blog...
apenaslayla.blogspot.com