sábado, 30 de maio de 2009
susan boyle y yo
Acabei de ler a notícia de que Susan Boyle perdeu o primeiro lugar no programa que a tornou um fenômeno mundial, para um grupo de dança. Não vi a apresentação do tal grupo, mas confesso que fiquei meio contrariado. Ok, eu sei que ganhar ou não o concurso se tornou irrelevante frente ao estrondoso sucesso que foi sua primeira apresentação (recorde de acessos no youtube) e toda repercussão que veio depois. Confesso que simpatizei de cara com aquela quarentona escocesa meio jeca e muito simplória, que nunca foi beijada, perfeita antítese da geração silicone-big-brother que domina qualquer atração televisiva em qualquer lugar do mundo, e dava como certa a sua vitória, uma vez que se tornou uma unanimidade na Grã-Bretanha e que a decisão seria tomada pelos telespectadores. Mas eles assim não quiseram. Eu sei que o que não vai faltar pra ela serão propostas de trabalho que poderão fazer jus ao dom que ela tem, mas por uma questão simbólica, acho que ela deveria ter ganho. A verdade é que fiquei com peninha dela. Eu sei, pena é um sentimento horroroso, mas fazer o quê? Senti, e, se coubesse a mim escolher, ela seria o novo talento da Grã-Bretanha. Sem ofensas ao grupo vencedor, mas saudando o dom da vice-campeã.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Sobre sarcoidose e bitch
Acho que foi o primeiro episódio de House em que um paciente realmente tinha sarcoidose. Ou como dizem eles Sarcôuidôusis. Nunca soube que esta doença sequer existia, mas de tanto ela ser mencionada no seriado (reparem, uma média de duas vezes por episódio, pelo menos) comecei a ficar preocupado. Deve ser muito comum, uma vez que House sempre chutava a hipótese para escanteio quando alguém levantava e, você sabe, paciente de House tem que ter uma doença minimamente exótica. Então, que gripe suína que nada! Devemos nos preocupar em não pegar uma baita de uma sarcoidose por que senão não vai ter tio House pra cuidar da gente! Se bem que ela parece uma doença fácil de curar.
Enfim, outro ponto positivo do episódio de ontem foi a idéia de trazer a "bitch" de volta como um fantasma camarada para atormentar a vida dele(o nome dela é Amber, eu sei, mas é que é mais legal chamá-la pelo apelidinho carinhoso que o Doctor House deu, não acham?). Ela foi um dos meus personagens preferidos da nova leva de residentes sob a responsabilidade do House e foi, também, protagonista de uma das cenas mais tristes que eu já vi em um seriado, no final da temporada passada, quando morreu nos braços do Wilson após um acidente envolvendo ela e House numa trama que durou 2 episódios e que muitos criticam pela falta de verossimilhança, mas que eu considero primorosos pelos dramas humanos envolvidos e pela forma como foram contados.
Confesso que fiquei bastante frustrado na época por que, contrário de seus companheiros (talvez à exceção da thirteen), ela era uma personagem realmente interessante, que realmente fazia frente ao todo-poderoso.
Depois do suicídio de Kutner (o ator Ken Pal, que o interpretava, olha que bacana, foi ser assessor do governo Obama para relações intergovernamentais com os países asiáticos e também para questões de arte e entretenimento), um personagem que ainda não tinha dito muito ao que veio, achei boa a proposta de trazer de volta aquela que era a versão de saias do rabugento, sarcástico e irresistível Dr. House, mesmo que na condição de ghost writer de suas improváveis intuições diagnósticas.
Há muito tempo que a série só se segurava pelo carisma e talento que Hugh Laurie emprestava a um dos personagens mais incríveis já feitos em um seriado de TV. Provalmente, essa nova fase de House "médium" pode trazer boas sacadas.
Enfim, outro ponto positivo do episódio de ontem foi a idéia de trazer a "bitch" de volta como um fantasma camarada para atormentar a vida dele(o nome dela é Amber, eu sei, mas é que é mais legal chamá-la pelo apelidinho carinhoso que o Doctor House deu, não acham?). Ela foi um dos meus personagens preferidos da nova leva de residentes sob a responsabilidade do House e foi, também, protagonista de uma das cenas mais tristes que eu já vi em um seriado, no final da temporada passada, quando morreu nos braços do Wilson após um acidente envolvendo ela e House numa trama que durou 2 episódios e que muitos criticam pela falta de verossimilhança, mas que eu considero primorosos pelos dramas humanos envolvidos e pela forma como foram contados.
Confesso que fiquei bastante frustrado na época por que, contrário de seus companheiros (talvez à exceção da thirteen), ela era uma personagem realmente interessante, que realmente fazia frente ao todo-poderoso.
Depois do suicídio de Kutner (o ator Ken Pal, que o interpretava, olha que bacana, foi ser assessor do governo Obama para relações intergovernamentais com os países asiáticos e também para questões de arte e entretenimento), um personagem que ainda não tinha dito muito ao que veio, achei boa a proposta de trazer de volta aquela que era a versão de saias do rabugento, sarcástico e irresistível Dr. House, mesmo que na condição de ghost writer de suas improváveis intuições diagnósticas.
Há muito tempo que a série só se segurava pelo carisma e talento que Hugh Laurie emprestava a um dos personagens mais incríveis já feitos em um seriado de TV. Provalmente, essa nova fase de House "médium" pode trazer boas sacadas.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Não se segure
Ouço tiros à noite na cidade. Tiros. Por favor, não saia assim na rua, por acaso. Balas, que não são confeitos, ferem de sangue o ar frio da noite e as estrelas choram um pranto negro que não se vê. Como criança órfã, o acaso sente falta da mãe. E tudo o que estava em suspenso (sentido, causa, rotina, coisas) despenca vertiginosamente. “Não segure” diz o fuzil.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
glad to be pathetic
Não há prazer maior em um dia comum do que fazê-lo extraordinário. Acordar com vontade de ficar na cama e descobrir que o melhor do dia acontece, de fato, quando se está acordado. Vendo as pessoas e as coisas teimando em sair do seu controle e você atrás delas como quem caça borboletas com flores de plástico. O extraordinário do dia vem, muitas vezes, de ver beleza no que me faz patético.
terça-feira, 5 de maio de 2009
Longo, histérico, atemporal e perfeito. Ou "sobre Hamlet".
Hamlet está irado. Seu tio matou seu pai, proclamou-se rei da Dinamarca e casou-se com sua mãe. Em um intervalo de 2 meses. Maior infâmia certamente não há. O que você faria? Fazer ou não fazer, eis a questão. Enquanto isso, todos da Corte acham tudo normal, o que todos acham anormal é o comportamento de Hamlet. Nesta relutância entre ser ou não ser, agir ou não agir, surge algo que para muitos é rematada loucura. Para Hamlet é um escudo, uma armadura através da qual ele pode ver a natureza (podre e) humana daqueles que o rodeiam, podendo circular livremente entre a loucura e a razão no território da melancolia, pois ao mesmo tempo que deseja fazer justiça pelas próprias mãos não quer decepcionar o fantasma do pai que lhe cobra a moral que o tio não teve. Por essa e outras que tenho dificuldade de imaginar um Hamlet que não seja tão intenso e passional como o do Wagner Moura.
Este fim de semana assisti aqui no Rio este espetáculo que já havia assistido em São Paulo há alguns meses atrás. Sim, gostei muito da peça. Não conheço muitas peças de Shakespeare, mas desconfio que Hamlet sempre será a minha preferida. Sou um admirador da melancolia nas artes. Não que não goste das outras obras, mas gosto de poder enxergar beleza na melancolia. Impossível não sentir empatia por Hamlet em suas elucubrações sobre a moral, a vida e a morte por mais carregadas de fel e vinagre que elas sejam. Impossível não se comover com sua luta inglória e inútil para que todos vejam a aberração de que foi vítima. Inútil por que todos sabem, mas ninguém quer saber, hipócritas que são.
Até a beleza mais pura e virginal, Hamlet contamina com o negrume de seu rancor por não se achar digno de tamanho quinhão. Ofélia. Apaixonei-me por Georgiana Góes e pelo personagem mais belo e trágico que já vi no teatro. A virgem apaixonada pelo príncipe que enlouqueceu morre afogada num lago (lindamente nua debaixo de anáguas brancas e finas numa cena que me enterneceu e excitou ao mesmo tempo) depois de provar da taça de amargura que Hamlet lhe ofereceu ao matar-lhe o pai num ato impensado e confuso.
Não, Hamlet não é uma peça leve. Eu nunca disse que era, mas, sim, é bela.
A montagem que assisti em São Paulo foi arrebatadora tanto para mim quanto para os que me acompanharam (mãe, irmã e cunhado) que entraram reclamando e saíram estupefatos. A do Rio, já não me impactou tanto, mas não sei se porque já conhecia o texto ou se porque os atores já estão um tanto desgastados (caros, acreditem, Wagner Moura consegue manter o vigor daquela apresentação em São Paulo após quase 6 meses entre uma e outra) ou se por ambos os motivos. Outro ponto contra foi o corte de algumas cenas. Se a peça está menos demorada (em São Paulo chegou a ter dois intervalos), o lado ruim é que, no final, a cena da rainha com o copo envenenado na mão ao mesmo tempo em que Laércio e Hamlet duelam não tem metade da força que tinha e o final é catapultado para um momento em que estamos divididos entre ouvir o que Hamlet tem a dizer a Horácio e entender o que realmente aconteceu.
Ah, sim. Caio Junqueira estava melhor de Horácio, mas Matheus Solano tem potencial. Estava achando-o mediano até suas falas finais, em que foi acometido de singular emoção me dando a sensação de estar presenciando o momento mágico de encontro entre o ator e seu personagem.
Assitam!
Oi Casa Grande
Avenida Afrânio de Melo Franco, 290 – Leblon. Tel: (21) 2511-0800.
Sextas e sábados, às 20h30. Domingos, às 19h.
Ingressos a
R$ 80,00 (balcão), R$ 90,00 (platéia), R$120,00 (camarote)
R$ 60,00 (balcão) as sextas feiras
Duração: 180 minutos (com intervalo de 15 minutos)
Lotação: 926 lugares
Classificação Etária: 14 anos
(créditos da definição do título: Viviane Carrozzino, a musa da capacidade de síntese)
Este fim de semana assisti aqui no Rio este espetáculo que já havia assistido em São Paulo há alguns meses atrás. Sim, gostei muito da peça. Não conheço muitas peças de Shakespeare, mas desconfio que Hamlet sempre será a minha preferida. Sou um admirador da melancolia nas artes. Não que não goste das outras obras, mas gosto de poder enxergar beleza na melancolia. Impossível não sentir empatia por Hamlet em suas elucubrações sobre a moral, a vida e a morte por mais carregadas de fel e vinagre que elas sejam. Impossível não se comover com sua luta inglória e inútil para que todos vejam a aberração de que foi vítima. Inútil por que todos sabem, mas ninguém quer saber, hipócritas que são.
Até a beleza mais pura e virginal, Hamlet contamina com o negrume de seu rancor por não se achar digno de tamanho quinhão. Ofélia. Apaixonei-me por Georgiana Góes e pelo personagem mais belo e trágico que já vi no teatro. A virgem apaixonada pelo príncipe que enlouqueceu morre afogada num lago (lindamente nua debaixo de anáguas brancas e finas numa cena que me enterneceu e excitou ao mesmo tempo) depois de provar da taça de amargura que Hamlet lhe ofereceu ao matar-lhe o pai num ato impensado e confuso.
Não, Hamlet não é uma peça leve. Eu nunca disse que era, mas, sim, é bela.
A montagem que assisti em São Paulo foi arrebatadora tanto para mim quanto para os que me acompanharam (mãe, irmã e cunhado) que entraram reclamando e saíram estupefatos. A do Rio, já não me impactou tanto, mas não sei se porque já conhecia o texto ou se porque os atores já estão um tanto desgastados (caros, acreditem, Wagner Moura consegue manter o vigor daquela apresentação em São Paulo após quase 6 meses entre uma e outra) ou se por ambos os motivos. Outro ponto contra foi o corte de algumas cenas. Se a peça está menos demorada (em São Paulo chegou a ter dois intervalos), o lado ruim é que, no final, a cena da rainha com o copo envenenado na mão ao mesmo tempo em que Laércio e Hamlet duelam não tem metade da força que tinha e o final é catapultado para um momento em que estamos divididos entre ouvir o que Hamlet tem a dizer a Horácio e entender o que realmente aconteceu.
Ah, sim. Caio Junqueira estava melhor de Horácio, mas Matheus Solano tem potencial. Estava achando-o mediano até suas falas finais, em que foi acometido de singular emoção me dando a sensação de estar presenciando o momento mágico de encontro entre o ator e seu personagem.
Assitam!
Oi Casa Grande
Avenida Afrânio de Melo Franco, 290 – Leblon. Tel: (21) 2511-0800.
Sextas e sábados, às 20h30. Domingos, às 19h.
Ingressos a
R$ 80,00 (balcão), R$ 90,00 (platéia), R$120,00 (camarote)
R$ 60,00 (balcão) as sextas feiras
Duração: 180 minutos (com intervalo de 15 minutos)
Lotação: 926 lugares
Classificação Etária: 14 anos
(créditos da definição do título: Viviane Carrozzino, a musa da capacidade de síntese)
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