domingo, 2 de março de 2008

cineminha

Ressucitando a idéia de comentar filmes... Hoje assisti “Juno”. O filme é bom, mas tinha melhores expectativas. Sim, o roteiro é legal. Sim, Ellen Page arrebenta. Mas na saída do filme uma amiga me sacaneou que eu parecida o Flanders, o vizinho teletubbie dos Simpsons, por que classifiquei o filme com todos os adjetivos no diminutivo. Filminho bacaninha, roteirinho legalzinho, historinha levezinha. E é isso aê. Estou à caça de um filme melhor que “A culpa é do Fidel”, mas por enquanto ta difícil e ele permanece na minha página do orkut como favorito do momento. Fui à espera de algo mais chocante (e isso pode, sim, ter influenciado qualquer caráter depreciativo que essa crítica assumir), que me levasse a maiores reflexões. O filme não tem obrigação nenhuma de corresponder às minhas expectativas, mas achei algumas coisas muito simplistas e também que tem piadinhas e tiradinhas espertinhas demais. Não que as piadas fossem ruins ou fossem inadequadas às situações, muito pelo contrário, o problema é que dá a impressão de que, no fundo, o que se vai lembrar do filme é só o quanto a Juno e o pai adotivo da criança são espirituosos. Ele tem todo o direito de não ter uma abordagem moralista, mas também não pode deixar que a gente saia do cinema achando que toda aquela experiência é tão fácil de ser vivida. Sim, cada um com seu cada qual. Diferentes pessoas passam por situações difíceis de diferentes formas e o filme pode ser a história de uma menina que passou por aquela experiência com uma certa facilidade, mas o problema é que me parece que não houve mesmo muita seriedade ao tratar o tema. Pareceu, no final das contas, e o final do filme realça bastante essa idéia, de que tudo não passou de uma grande enrascada na qual aqueles jovens se meteram e, muito espertamente, conseguiram se livrar. A seriedade ficou restrita aos momentos de emoção quando Juno vai se dando conta que carrega uma pessoa consigo e não um saco de batatas. Destaque para as cenas do shopping com uma sensível atuação da Kate Beckingsale. Falando em atores, o time é muito bom. A Kate Beckingsale, que para mim ainda não havia dito ao que veio a não ser dar sopapos a torto e a direito na TV e na série com a personagem Elektra, faz bonito no papel da mãe adotiva neurótica que não consegue engravidar. Cheguei até a bolar a história da personagem na minha cabeça. Menina mimada inteligente que casou com um músico por querer ser um pouco cool e se achar muito quadradona e que perdeu um pouco da arrogância quando viu que não podia ter o que mais queria na vida, engravidar. Os atores que fizeram o pai de Juno e sua madrasta também foram bem e os personagens que interpretam são o sonho de toda adolescente que engravida. A melhor amiga também manda bem, mas o que eu fiquei realmente impressionado foi com o ator que interpretou o namorado. Era um personagem aparentemente simples, mas que poderia ficar muito caricato nas mãos de qualquer ator sem talento e ele encontrou o tom certo. É um moleque paparicado pela mãe, recém saído da infância e que é completamente apaixonado por Juno. É ingênuo, mas não é looser. É tímido, mas não é relutante.
Outro ponto importante também é a trilha sonora. Não conheço nenhuma das bandas e o único som que me pareceu familiar foi uma bossa nova (isso mesmo) ou outra cantada em inglês (isso mesmo) e uma versão do Sonic Youth pra uma música do Carpenters. Tudo muito bacaninha.

Um comentário:

Josy Poulain disse...

Ainda não assisti Juno.
Nem a culpa é do Fidel. Fala de que?